15.11.11

Novo projeto antigo

Estou colorizando diversas ilustrações que fiz há 3 anos atrás para um livro infanto juvenil  da editora espanhola Edições SM. 
Chama-se "O Golem do Bom Retiro", e foi originalmente publicado com imagens PB. Sua trama acontece no bairro do Bom Retiro, tradicional reduto da comunidade judaica de São Paulo. 
Diante da possibilidade da sua republicação com uma nova cara, este é um bom momento de revisitar os antigos desenhos e, com ajuda da cor, acrescentar uma camada à mais ao seu conteúdo.



Encontro com uma Nobel

Lendo as reportagens sobre o festival de música SWU, encontrei uma citação à visita de Rigoberta Menchú, índia Guatemalteca que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1992.
Tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente no ano 2002, quando ela esteve em visita a Nova York e nos deu a honra de uma visita ao mural que pintamos na cidade de Passaic, em New Jersey. 
Na época eu coordenava um programa de arte pública em parceria com escolas públicas e ONGs. Além daquele mural, fizemos outros 12 painéis em diversas localidades de New Jersey, sempre contando com equipes de adolescentes de escolas públicas ou então jovens que haviam se metido em alguma encrenca e, para se livrar do pesado braço da lei, precisaram se inscrever em algum programa comunitário.

Aquela foi uma época de boas realizações e posso dizer que conhecer Rigoberta Menchú foi o mais próximo que eu cheguei de encontrar a paz.
(Na foto, Menchú faz uma dedicatória no meu sketchbook)

13.11.11

A ópera das árvores

Quem acompanha meu blog já deve ter me ouvido falar do quanto curto desenhar árvores.


Pois é, cá estou novamente envolvido com o tema. Mas o que nunca havia feito antes é ilustrar uma capa de livro na técnica de carvão. 


O livro se chama "Onde as Árvores Cantam", e vai sair publicado pela Edições SM.



1.11.11

Lenda do Surf

Minha última coluna na Revista Ilustrar de 2011 traçou um paralelo entre a arte da ilustração e a arte do... surf! 
Quer entender essa história? Então baixa lá. 


E para ilustrar esta chamada, coloco aqui a aquarela de ontem à noite. É um presente para uma pessoa muito ligada à cultura do surf.


No retrato está Duke Kahanamoku, pioneiro do surf que trouxe o espírito de aloha e a alegria de pegar ondas para a primeira geração de surfistas modernos. Considerado o patriarca havaiano do esporte, foi Duke quem introduziu o surf na Austrália e na América, fatos que fizeram dele o surfista mais famoso do mundo. 


Destacou-se também como um atleta de classe mundial, sendo de fato o primeiro grande “waterman” do nosso tempo, dominando com naturalidade o surf, natação, o mergulho e também a canoagem no mar. Além destes esportes ao ar livre ele brilhou no cenário dos Jogos Olímpicos por mais de uma década (Aos 40 anos, chegou a participar da equipe olímpica de pólo aquático!e desenvolveu diversas técnicas de salvamento no oceano.


Diz a lenda que, a trajetória olímpica de Duke começou no dia em que um técnico de natação pediu a ele que nadasse livre na praia por um percurso de 100 metros. Surpreso, descobriu que o havaiano havia quebrado o recorde mundial por quatro segundos! 


Ao longo de doze anos, Kahanamoku veio a ganhar seis medalhas, com destaque para o ouro olímpico em 1912 e 1920, e uma medalha de prata em 1924, quando ele ficou em segundo lugar  (perdeu a disputa para um dos maiores nadadores do século 20, Johnny Weissmuller, o primeiro Tarzan). Por causa de suas mãos e pés enormes, que lhe garantiam uma incrível performance na água, os jornais da época se referiam a Duke como o "peixe humano".


O legado de Duke Kahanamoku não é apenas ser o primeiro, mas também o melhor. Ele incorporou as características de um verdadeiro desportista - graça, força e humildade - e ao fazê-lo definiu um padrão elevado de conduta, portando-se de forma quase zen, com dignidade e distinção. 


A prancha na qual ele está recostado na ilustração é hoje a peça mais cobiçada do museu do surf, situado na Austrália.