24.2.10

Diário Gráfico começa no Rio hoje

"Brincar" nos cadernos pode ser um processo meditativo de reeducação do olhar, de organização das idéias. Ali fazemos nossa compilação de reflexões, sensações e quaisquer outros elementos que nos chamem atenção, sejam eles desenhos, palavras, fragmentos, achados, fotos, cores e claro, os erros e acidentes com tintas, texturas e linhas.

Tenho promovido a oficina do Diário Gráfico há vários anos e os resultados têm sido muito gratificantes. Por instilar nos participantes um estado de espírito mais propenso à criar, sem tempo para os diálogos internos castradores, vejo uma evolução qualitativa da produção e principalmente na atitude diante da página em branco: antes uma muralha, depois uma avenida de possibilidades. 

A primeira turma de 2010 começa esta noite, sexta-feira dia 5. Estamos novamente com todas as vagas completas.

22.2.10

Novo livro


Imagens de um livro em fase de finalização. Quando ficar 100% pronto volto a falar dele.

Ainda o MAC

Complementando o post sobre o carnaval, selecionei aqui esta aquarela do meu livro "36 Vistas do Cristo Redentor" com uma cena que mostra o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (e boa parte do percurso das minhas caminhadas matutinas)
Olha a Ilha da Boa Viagem com o Redentor ao fundo.
E o velho Niemeyer, descendo a rampa, enquanto a criançada sobe. Passado, presente e futuro se encontram.

19.2.10

Um estudo de Klimt em aquarela

Registros de um carnaval batuque-free

Já fazia anos que eu não me exercitava... Frequentemente ao chegar na sexta-feira dava-me conta de que não havia caminhado sequer 1 km numa semana inteira!

Então, em dezembro passado ganhamos um cachorro e vi-me obrigado a assumir o papel de pai oficial da criatura, o que incluía, dentre outras tarefas inglórias (como limpar todo e qualquer "rastro orgânico" dele pela casa), os passeios diários.

O que eu não sabia é que isto faria o sangue voltar a visitar lugares outrora esquecidos do meu corpo. Isso me trouxe ainda uma distração positiva.

Já me sinto apto a dar esta sugestão a quem está vivendo um momento quase 100% sedentário no que diz respeito a atividade física: arrume um cachorro e mude positivamente de hábitos.

Meu personal trainer canino espera ansioso já às 7:30h da manhã. Salto fora da cama e logo estou pronto para minha corrida matutina no calçadão de Niterói. 

Conforme havia aprendido em PNL, "bastam 21 dias de disciplina e persistênsia  para que um novo hábito se instaure", passei a exercitar-me regularmente. Acho que até tomei gosto pela coisa.

Neste carnaval que passou aproveitei minhas caminhadas para levar comigo os meus cadernos e materiais de desenho para passear.

Compartilho aqui alguns registros.


 O trajeto pela orla de Niterói onde fica o MAC, aquela maravilha do Niemeyer, é dos mais bonitos. Gosto especialmente da Ilha da Boa Viagem, que é conectada à cidade por uma ponte e guarda em seu topo um mosteiro de mais de 200 anos.

O caderninho que está aqui é o Moleskine original, de formato bem pequenininho. Este foi presente da querida amiga Elisa Shellard, e vem de fábrica com páginas contendo uns frames, que são perfeitos para o animador ou o cineasta rabiscar uns planos. No meu caso, ele é ideal para registrar "thumbnails", aqueles croquis minúsculos, mas que encerram as grandes questões da obra final como equilíbrio de valores e linhas de composição, além das cores. 

Esta página aí de cima tem umas ideias para um artigo da Folha de São Paulo sobre a lei anti-fumo (que eu apoio!)

Um navio repleto de carros, navega em frente às ilhas da saída da Baía de Guanabara. Para esta aquarelinha precisei pegar emprestado o binóculo do vendedor de cocos que trabalha ali ao lado do MAC.

 
Ilha da Boa Viagem com o Pão de Açucar ao fundo. Caiu uma gota escura no céu e eu tratei de colocar um avião. Aliás, o aeroporto Santos Dumont fica por ali mesmo.
Nessa aí tem até areia misturada nas manchas...A Baía de Guanabara é um dos cenários mais lindos do Rio. Tomara que consigam despoluir suas águas (Alô Eike Batista! Dá uns milhão aê pra essa causa?)

Abaixo a pescadora com sua cinturinha de ovo (ou corpinho de frigobar de motel). Que personagem!


Neste outro caderno aí em baixo, bem maior e com um papel adequado, fiz este detalhe da casa do Juvenal, que é o zelador da ilha. A ponte da Boa Viagem conecta-se à direita da sua casa.
Aquarela sobre papel ingres bege. Detalhes em gouache branco na casa. 
Tudo feito ali no local, com a bunda na areia. 

No desenho de locação parece que nos faltam mais braços para segurar tanta tralha: caderno, pincel, paleta, pote de água, coleira do cachorro...



Tristão e Isolda

Na primeira quinzena de Janeiro finalizei as ilustrações do livro Tristão e Isolda. Estas são algumas delas.

Esta proposta de capa não foi aprovada, muito embora seja uma das minhas favoritas.
As história se passa numa região da Inglaterra chamada Cornwell, ou Cornuália. 

Parênteses cultural:  Camila Parker Bowles, mulher do príncipe Charles tem o título nobre de Duquesa da Cornuália (convenhamos, uma ironia, já que aquele romance foi uma corneação só...)
E por falar em dragão, este é mais um dragão que pintou na minha vida de ilustrador...

Beleléu, uma revista colaborativa

A Revista Beleléu, para quem não conhece, é um projeto colaborativo de 4 cabeças, Stêvs, Daniel Lafayette, Elcerdo e Ed Arruda, sendo os dois últimos ex-alunos meus.

Com histórias em quadrinhos "estranhíssimas no bom sentido",  tiras, ilustrações, cartuns,  e um design caprichado, a revista foi um dos mais incensados lançamentos independentes do ano passado.

Agora eles vêm com novidades para 2010, com um círculo ainda maior de colaboradores.

Dentre os novos projetos está o dominó ilustrado (ia ficar show fazer uns imãs de geladeira pra brincar com isso...), e a sensacional série de posters (que eu particularmente chamei de "Monstros do cotidiano"). Foi combinado assim: cada artista convidado teve que desenhar um monstro qualquer vivendo uma situação banal no seu dia-a-dia. A única regra para a brincadeira é que a arte tivesse somente 2 cores (por acaso estão planejando fazer uma série em silk? Eu quero todas essas criaturas!)

Quem acompanha meus Twits já deve ter lido meus elogios à prática da auto-publicação e dos projetos colaborativos como estes que o pessoal da Beleléu tem feito. Junte-se aos seus amigos e mãos à obra!


alarcaoSe o projeto é colaborativo, sem fins lucrativos ou pelo menos do tipo que capitaliza só o suficiente pra pagar a gráfica, eu participo.
alarcaoE melhor ainda, se for açao entre velhos amigos, brainstorming com chope e belisquetes, aí sim eu tô dentro.

Agora retirem as crianças da sala, pois vem aí o meu monstro criado exclusivamente para a Beleléu,  ó.

18.2.10

39 Clues

A série de livros 39 Clues chegou ao Brasil pela editora Ática. Os livros já trazem consigo uma trajetória de sucesso nos EUA junto ao público adolescente. 

Cada livro um escritor diferente, porém ficam mantidos todos os personagens, dentre eles, Amy e Dan, dois irmãos, ele 9 e ela 13 anos. A dupla participa de uma corrida entre herdeiros de uma mesma fortuna.

As histórias da série 39 Clues se interconectam livro a livro, e a ação ocorre em cenários tão diversos como Paris, Coréia, Egito, Veneza, etc. Ao longo deste percurso por diversos lugares no mundo, os irmãos devem decifrar 39 pistas que vão garantir que cheguem com sucesso ao destino final, no caso, uma fortuna deixada pela avó.

Leitores ganham também um passe para participar de um game online, ou algo assim (pois admito ainda não conferi todos estes bonus do projeto).

Deve agradar bastante esse nicho de público por aqui pelo Brasil

Informações sobre a coleção:



Composta por 10 livros, escritos por diferentes autores
É bestseller pelo jornal The New York Times
Vendeu milhões de exemplares no exterior
Traduzida para 20 idiomas
No site americano, há um game on-line da coleção


Por aqui os livros 1, 2, 3 e 4 já sairam da gráfica.

No primeiro a ação acontece no cenário das catacumbas de Paris.Vejam nas imagens abaixo alguns rafes não utilizados (este primeiro foi usado depois em um outro trabalho), estudos de cor e composição etc.


.

Frequentemente me vejo curtindo muito mais um estudo do que propriamente sua arte final. 


Arte final


O projeto gráfico da série ficou a cargo do Kiko Farkas e seu Máquina Estúdio, que conceituou o projeto para parecer uma embalagem de game.


Pra lá ou pra cá? Olhando pra trás ou para a frente? Ops, cuidado com a tarja, olhaí um logotipo te acertando por cima....

Encaixar a ilustração na malha gráfica e estabelecer um equilíbrio na relação com elementos de design (Título, tarjas, etc) foi um desafio neste projeto. Nesta sequência pode-se ver os diversos testes de posicionamento em relação às tarjas e tipos.



E aqui a arte final da segunda capa, que traz uma história passada em Veneza.A lancha ganhou vidro, e mais umas coisinhas tipo jogo dos 7 erros para se descobrir.


A ilustração para a capa do quarto livro da série 39 Clues traz uma cena de perseguição em um mercado cheio de camelôs egípcios, com suas barraquinhas, metais, candelabros e esculturas. 

Recebi hoje o material promocional abaixo, que anuncia o lançamento do livro 4 no dia 2 de Julho.