27.9.09

Um lugar para conhecer em São Paulo

Já ouviu falar de uma cidade chamada São Paulo? Reconhece ela nestas fotos?













Pois é...Nem eu. Mas estive lá para comprovar que este lugar existe. Aconteceu numa segunda-feira atípica, ou melhor, maravilhosa. Qualquer segunda-feira sem trabalho já mereceria este adjetivo, por isso escrevo sobre o que vi e vivi.


Em meados de Setembro estive em Sampa a trabalho e meu primeiro "compromisso" lá foi um café da manhã com colegas ilustradores ali na cafeteria da loja Pintar. O papo com o Marcelo Gomes, Luiz Rosso, Montalvo Machado e Ricardo Antunes, criador da Revista Ilustrar, foi ótimo, feliz e caloroso o bastante para quebrar o clima daquela manhã chuvosa e instalar no espírito a sensação de feriado.

Já estava satisfeito com meu início de semana. Mas o que eu jamais poderia imaginar é que o simples convite do Rosso para almoçarmos num "lugar diferente" nos levaria a um tal "Velhão".


Seja você de São Paulo ou apenas um visitante, não deixe de ir lá. Leve seu caderno de desenhos, sua câmera. Se for louco por velharias e antiguidades (eu sou!), e tiver condições de levar alguma coisa para casa (não tive como!), é só fazer uma oferta. Tudo está à venda.


O Velhão
Estrada Sta Inês, 3000
Mairiporã - SP

16.9.09

Paris, cidade-luz

O FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte está chegando. Este ano o país homenageado é a França e, para celebrar os gauleses, a organização está com uma ampla programação.

Este ano faço parte de uma mostra com 15 autores, dentre brasileiros e franceses, convidados a criar uma página de quadrinhos sobre a França.



Embora seja fã de quadrinhos, nunca me aventurei por estas searas. Esta foi, portanto, minha primeira investida no território das HQs. O tema que me encomendaram é "Paris: cidade-luz".





Depois da FIQ postarei aqui a página inteira dessa minha história de fantasma (com o cenário da cidade-trevas, as catacumbas de Paris brrr...) e o auxílio luxuoso do além do aquém adonde vive os mortos (de onde psicografei umas tiradas boas do Mário Quintana).

11.9.09

As histórias (e os desenhos) que as crianças inventam


Aproveitando o momento de Bienal do Livro aqui no Rio, a diretora da escola do meu fillho me perguntou se eu faria um trabalho com as crianças de lá. A atividade consistiria basicamente em ajudar os pequenos a criarem um livro ilustrado.

Perguntei se já havia um texto, e a resposta foi que, tanto o texto quanto a imagem, seriam criados por elas.

Quais as idades?, perguntei.

"O primeiro grupo possui crianças de dois a seis anos (meu fiho entre eles), e o segundo, com a faixa etária de sete a doze." e detalhou, "19 crianças no primeiro e umas 10 no segundo grupo".

Disse a diretora que a avó de uma das crianças é escritora de literatura infantil ( com livros já publicados e tudo o mais), e esta sugeriu que, em dupla, fizéssemos uma dinâmica de uma horinha com as crianças para elaborar juntos, o texto e a imagem.

"Hum, temos que separar as atividades" disse, "uma hora só não dá".

Disse à ela que, com o primeiro grupo eu preferiria que brincássemos de desenhar apenas. Depois transformaríamos os desenhos em páginas de um livro e poderíamos deixar o texto para vir depois, inspirado pelas imagens.
Com os mais crescidos, a escritora poderia sentar-se com eles antes e ajudá-los a bolar a história. Eu viria em um outro dia para trabalhar com elas as ilustrações sobre aquele material literário que elas queriam transformar em livro.

Enfim, fiz esta semana a "dinâmica criativa" com as criancas e tudo correu super bem. Com o primeiro grupo, os mais novinhos, nos divertimos à vera, sem regras, pura e livre expressão, já que toda criança é uma artista.

Com os mais crescidos (7 a 12 anos), antes de começar o trabalho pedi à orientadora pedagógica para dar uma olhada no texto que eles haviam criado junto com a escritora (falo disso depois, preparem-se).

Comecei com eles nossa atividade com a seguinte pergunta:

"Quem aqui gosta de desenhaaaar?"

Todos levantaram a mão.

Então perguntei para um menino de 7 anos: "Você aí, garotão, gosta de desenhar o quê, dinossauros, carros, super heróis?"

"O DEMÔÔÔNIO!", respondeu ele engrossando a voz.

Arram...OK. Ehn, e vocês meninas?

Corta.

Finalmente, meus caros 6 leitores, compartilho com vocês a sinopse da história criada pelas crianças de 7 a 12 anos:

"Ladrões assaltam um banco e, na saída, dão tiros para todo lado, ferindo civis etc. Mas antes que pudessem fugir com o dinheiro são presos pelo BOPE.

Na cadeia um deles aproveita um descuido dos policiais na hora do almoço e rouba um uniforme. Disfarçado rouba a chave da cela e solta os amigos presos.

Um policial chamado Rogério descobre a manobra a tempo e pede reforços. Os assaltantes são novamente presos, exceto aquele indivíduo que havia se disfarçado. Ele planeja uma vingança contra Rogério, o policial dedo-duro.

Chegando em casa o policial recebe uma mensagem pelo celular dizendo: "estou com sua filha. Solte meus companheiros se quiser tê-la de volta". Rogério sobe as escadas assustado em direção ao quarto da sua filha de apenas 8 anos, Maria, e descobre que ela não está lá.

Ele se desespera e liga para seus companheiros da polícia.

O BOPE aparece com seus cães farejadores e, com eles vasculham toda a cidade, passando pelo bairro do Ingá, Icaraí, São Francisco e Jurujuba (todos bairros de Niterói), até a fortaleza de Santa Cruz...

Adentrando a mata os cães descobrem uma casa "sinistra" e dentro dela encontram e prendem aquele ladrão que havia anteriormente se disfarçado de policial. Mas, para surpresa geral, a crianca não está ali. O pai se desespera.

Então os cães começam a latir para um velho armário. Policiais o quebram e lá dentro encontram assustada e amordaçada, Maria, a filhinha do policial Rogério. Ela é solta e levada para junto do seu pai e da sua mãe, que, chorando de alegria a abraçam e beijam.

Um bom tempo se passou até que a família superasse aquele trauma, e aqueles eventos tristes nunca mais aconteceram e assim eles foram felizes para sempre."

Fim (claro!)

Como se pode notar, temos aqui um folhetim policial 100% mundo cão, só faltando o super herói Capitão Nascimento.

Onde foi parar a fantasia, a inocência, oh meu São Gianni Roddari?

Em tempo: recebi um simpático e-mail da Fernanda lemos, com um link para o video abaixo. O projeto "É proibido NÃO tocar", fica em Milão e traz uma série de jogos, brinquedos e engenhocas inspirados na obra de Bruno Munari para crianças. Ideias tão simples e eficazes para resgatar a fantasia, a curiosidade, a inventividade.




10.9.09

A terra é um organismo vivo (e em estado febril)

Se você não compreende inglês, deixe que as imagens falem por si.

33 câmeras postadas por meses diante de 16 glaciares, registrando imagens em lapsos de tempo. Postas em sequência, as imagens ganham movimento, revelando aquilo que olhos humanos não podem ver.

A partir de 8:15" você poderá ver evidências irrefutáveis do que já está ocorrendo com os glaciares. Um verdadeiro espetáculo trágico representado pela plataforma de gelo com quase 100 metros de altura (uns 32 andares), a avançar lenta e inexoravelmente para o mar.



Dirão que este é um processo natural, e que sempre foi assim. Pergunto, por que, avestruzes do ceticismo, digam-me por que vocês crêm que enfiar a cabeça neste buraco ideológico vai fazer com que as evidências científicas se dissipem?

Os videos do TED são, sem dúvida, as palestras mais interessantes e instrutivas que já encontrei em todo o universo da internet.

Ao mesmo tempo em que é excitante estar aqui para testemunhar todos estes eventos, admito que adoraria ter nascido no século XIX e já ter cumprido com a minha "missão" na Terra.

Ter me tornado discípulo das idéias racionalistas de Richard Dawkins pode ter sido uma má idéia nesta hora...

Circense 2



Mais uma figura teatral. A outra está aqui.

9.9.09

Cruzando o deserto e outras

Esboço e arte-final de ilustrações do livro ABC do mundo judaico, publicado pela Edições SM.



"Não importa o deserto, mas a fé que anima sua travessia", já dizia Joe Camel...
Abaixo, Abraão e Isaac, em diversas fases.



Quem dera os anjos pudessem intervir toda vez que alguém ameaçasse a vida de alguma criança. Aliás, para início de conversa, como pode alguém acreditar que anjos existam?

8.9.09

Categorias de arte


"As obras de arte dividem-se em duas categorias: as de que gosto e as de que não gosto. Não conheço outro critério."

Disse Anton Tchekhov.

3.9.09

RDesign Santa Maria

De partida para o RDesign na Cidade de Santa Maria, a 290 Km de Porto Alegre, para me juntar ao timaço de ilustradores Montalvo Machado e Hiro Kawahara.

Minha palestra será uma versão mais azeitada daquela que proferi no NDesign de Olinda em Julho deste ano.

A importância de participarmos de um evento como esse é algo muito simples de compreender. Já escrevi sobre isso no artigo " O Cérebro do Ilustrador", que você pode ler na íntegra na seção de textos do meu site. Está lá escrito:

"Não há como fugir da realidade dos fatos: o trabalho do ilustrador nasce, respira e existe dentro do território do designer. Nossas ilustrações existem no contexto da linguagem do design, suas estratégias criativas, a influência do cliente e claro, as páginas ou suportes cujo conteúdo é próprio universo do designer. "

E mais:

"Ilustradores e designers, idealmente, devem trabalhar em fraterna parceria, já que compartilham de objetivos semelhantes: produzir conteúdo gráfico memorável. Tanto o primeiro quanto o segundo devem estar conscientes e informados a respeito do universo e das práticas de trabalho do seu colega. O segredo de uma parceria de sucesso talvez esteja nesta relação de respeito e compreensão mútuas."

Tenho certeza que meus colegas compartilham do mesmo ideal: eventos como o RDesign ou o NDesign são uma oportunidade ímpar para semearmos um bom futuro para a nossa profissão. Fazemos este trabalho gratuitamente, justamente por estarmos imbuídos desta certeza e do sentido de "missão".

Vejam aí que legal o video promocional do RDesign. A mocada está fazendo bonito. Quero ver quem vai botar a garrafa de vinho na mesa dos ilustradores, hem?

R Design Santa Maria 2009 from R Design Santa Maria 2009 on Vimeo.

1.9.09

Em setembro o Diário Gráfico aterrissa na POP em Sampa

Foram pouco mais de 10 minutos de divulgação e todas as vagas se foram!

Fico feliz em poder levar minha oficina para a livraria POP. O convite partiu do Roger Basseto, que tem um blog muito bom e um trabalho pessoal melhor ainda. Nos conhecemos quando levei o Diário Gráfico no início deste ano para Sampa.



Então vamos marcar outra dessas em Novembro? Claro que sim. Fiquem ligados.

"Ilustração: Conceito e Prática", o curso




As aulas agora vão acontecer aos sábados no horário noturno (das 18:30 às 21h).

O programa, que agora dura pouco mais de dois meses, permite desenvolver um trabalho mais individualizado, de acordo com a linguagem pessoal de cada participante e com o conteúdo complementado pelas aulas críticas e online.

Este é um curso também focado na inserção no mercado profissional, com aulas sobre auto-promoção para o freelancer, orientação sobre contatos e muito mais.

Com aulas práticas e teóricas, o programa do workshop conta com amplo material audiovisual e bibliográfico, lista de links na internet, análise crítica de portfolios, um pouco da história desta arte, alguns "cases", trabalho em sketchbooks e também exercícios de aula.

As 2 aulas críticas online, somadas às 8 aulas no atelier, formam uma carga horária que cobre a melhor fatia dos assuntos de interesse de quem quer trabalhar com ilustração profissional, seja como ilustrador ou como diretor de arte.

O curso "Ilustração: Conceito e Prática" traz ainda: datashow, videos e slides sobre ilustração contemporânea e do passado, um papo sobre direitos autorais, contratos de cessão de imagens, além de livros, muitos livros para ver.

Tenho orgulho em dizer que diversos ex-alunos deste curso já estão no mercado produzindo seus livros infantis, projetos pessoais auto-publicados e ilustrações para diversos veículos de imprensa. (Ah sim, e aprenderam a direitinho como usar contratos!)

Reserve sua vaga pelo e-mail alarcao_workshops@terra.com.br