25.12.07

Gravuras digitais em edições limitadas

Agora você pode adquirir infogravuras produzidas diretamente a partir das ilustrações que estão no meu site ou as postadas aqui nas Alarcrônicas.



Impressas com equipamentos de última geração sobre papéis de fibra de algodão de marcas respeitadas como Hahnemühle, Arches ou Canson, as gravuras digitais possuem diferentes níveis de textura, gramatura e alvura, e são certificadas para mais de 250 anos de permanência.


O processo de impressão conta com rigoroso gerenciamento de cor, tudo isso sob os cuidados e a atenção dos especialistas da Imagem Impressa

Escolha já a sua arte favorita e depois escreva para alarcao@alarcao.com.br para se informar sobre detalhes como o endereço da entrega, a dedicatória, etc. A arte chegará a suas mãos com um certificado de autenticidade, assinada, numerada e muito bem protegida numa embalagem enviada pelos Correios (Sedex ou Carta Registrada).

Ao fazer seu pedido, lembre-se de colocar no título do e-mail a frase "Gravuras Digitais Alarcão".

Preços válidos até outubro de 2012:

30 X 40 cm ------------R$ 125,00
45 X 60 cm ––––––––––––R$ 225,00
Para outros formatos, preços sob consulta.

21.12.07

Então é Natal

Deus segundo Ralph Steadman


Ralph Steadman é um dos melhores desenhistas do mundo. Tão bom que conseguiu desenhar Deus.
Com pedacos de uma foto de um chimpanzé (nós humanos), tesoura, cola e meia dúzia de pinceladas, criou um Deus à nossa imagem e semelhança.
Lançando seus raios, a poderosa divindade atazana a pobre existência das criaturinhas insignificantes que vivem lá embaixo.
Ralph Steadman também tem uns desenhos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Vale a visita ao sitedele.

O Fim do Mundo ( ou "O homem é o lobo do homem")


Assisti esta semana ao filme Apocalypto, de Mel Gibson.

Já havia lido uma matéria a respeito e pensei que ele havia ficado louco depois daquele filme sobre Cristo.

Apocalypto é todo falado no idioma Maia, só tem atores desconhecidos, e é muito violento.

Tem um enredo sensacional, apesar dos já apontados problemas de acuidade histórica. Alguns historiadores dizem, por exemplo, que os Espanhóis só chegaram ao Novo Mundo 400 anos após a última cidade maia ter sido abandonada por seus habitantes.

Mas sigamos adiante. Mel Gibson pede que não tomemos seu filme como um documentário.
A narrativa envolvente, emotiva e tensa, é conduzida por uma excepcional direção (a sequência da perseguição da onça negra é um dos exemplos).

Os puristas, e "artistosos-que-entendem-de-cinema" hão de dizer que é uma ignorância elogiar Mel Gibson, o cara do Máquina Mortífera, o fundamentalista cristão que fez aquele filme sanguinolento, o bêbado que xinga judeus, etc e tal.

Elogio o seu filme sim, mas deixo claro que muito do mérito vai para o cara que escreveu a história contada ali.

Vejam e agradeçam-me por não ter contado mais detalhes.

E antes que eu me esqueça, o calendário Maia termina em 2012, ano em que termina também o protocolo de Kyoto.

(Fiz a arte deste post originalmente para um artigo sobre os Aztecas, publicado em 2005 na revista Cricket)

O Fim do Mundo, ou melhor...

Ilustração do projeto pessoal Archetypal Zoo. que pode ser visto no meu site.

WHOA! Acalmai-vos. Juro que pegarei leve no tema.

Agora o assunto sobre o qual quero falar neste blog-para-meia-dúzia-de-amigos é o fim da espécie humana.

Já ia começar escrevendo "fim do mundo", mas isso seria uma tolice (embora tenha deixado assim no título pra aparecer mais na pesquisa do Google huehe...).

Pra começar: o mundo vai continuar aí sem a nossa presença, sem dúvida.

Vai continuar correndo o mesmo tempo, arredondando pedras, carcomendo ferros, moendo vidros e o que mais restar da nossa civilização.

Outro dia desses estava pintando uma arte e, como sempre acontece, meus pensamentos começaram a divagar por diversos assuntos aleatórios. Enquanto as pinceladas iam e vinham sobre o papel, vi-me envolvido na idéia do quanto aquele material é frágil (mas entenda-se aqui como "fragilidade" simplesmente "a pouca resistência ao tempo").

Pensei em seguida no quanto a nossa vida está registrada sobre suportes perecíveis e frágeis como o papel. Por quanto tempo durariam essas coisas todas aí depois que caísse o último sujeito responsável por manter o ar ligado?

Um livro impresso desses de hoje, caso fosse abandonado para sempre numa estante, duraria o quê, uns 200, 250 anos?
Quanto tempo durariam as HDs, CDs, DVDs, os sistemas magnéticos, fitas, discos, negativos, rolos e bobinas...

Então imaginei todos os meus backups juntos, esmerilhados lenta e inexoravelmente pelo tempo. Uma bosta de pensamento que me fez parar para tomar um arzinho.

Voltei à prancheta e novamente os pensamentos.
O que seria de toda essa informação e cultura que vai no lombo da miríade de i-pods, i-phones, e-books, e-gadget, e-this, e-that?!
"Como são frágeis os suportes que carregam o registro da nossa vida no século XXI !", pensei.

Então, as idéias tomaram uma direção contrária. Danei-me a tentar imaginar quais coisas continuariam por aqui após o fim da espécie humana.

Deixaríamos na Terra talvez os escombros dos arranha céus, o traçado das cidades, alguma coisa em concreto armado, aço - fosse das pontes ou dos prédios - e mais, plásticos e pneus petrificados, carcaças de um ou outro metal, umas esculturas do Henry Moore e do Richard Serra...

Seria isso suficiente para contar a história de quem realmente fomos?

O que você salvaria do fim do mundo?

A obra de Shakespeare?
As pinturas de Klimt?
O design de Raymond Loewy?
As fotos de Cartier Bresson?
O bebop Jazz?
As esculturas de Michelangelo?
Os cadernos de Da Vinci?
Os filmes de Chaplin?
As cavernas de Altamira?
Os desenhos animados da Pixar?
Os quadrinhos de Moebius?

O que os arqueólogos do futuro se felicitariam ao encontrar sob os escombros submersos da humanidade?

A fina camada de verniz que nos protege


E por falar em fim do mundo, recentemente fiz-me o favor de assistir ao documentário do Al Gore, ganhador do Oscar (o filme), e do Nobel da Paz (o homem).

A julgar pelo prestígio das duas academias, tenho certeza de que o que se diz ali sobre o aquecimento global é a versão mais próxima dos fatos que seguem acontecendo lá fora deste meu ambientezinho particular com ar-condicionado.

Al Gore, o ex-futuro presidente dos EUA teve como mestre um cientista pioneiro na pesquisa dos efeitos da poluição através de medições do nível de CO2 na atmosfera. Graças a este registro, foi possível acompanhar claramente a evolução do problema até chegarmos o momento atual. Toda esta história é descrita no documentário como uma envolvente aula audiovisual sobre o Aquecimento Global, que é hoje uma ameaça real à continuação da trajetória do homem sobre a terra.

Por isso o filme "Uma Verdade Inconveniente" é absolutamente necessário. Amigos, vejam o filme, informem-se. Façam isso por favor.

A maioria das pessoas não tem idéia da fragilidade da atmosfera que envolve a Terra. Para efeitos de comparação, se pegássemos um daqueles globos escolares de plástico e pintássemos sobre ele uma leve demão de verniz, aquela seria a espessura relativa da atmosfera terrestre (conforme disse o falecido Carl Sagan, astrônomo, autor da bem sucedida série de TV "Cosmos")

Na mesma semana em que assisti ao filme do Gore, chegou a minha National Geographic, uma revista maravilhosa que há 120 anos vem escrevendo a história do que acontece neste planeta. O aquecimento global é o tema da capa deste mês. Reproduzo abaixo seu parágrafo final, sombrio nas entrelinhas e repleto de inquietantes "talvez":

"Sem dúvida, o aquecimento global vai ser a maior prova com que nós, os seres humanos , já nos defrontamos. Mas estamos prontos para mudar, de maneira dramática e prolongada, a fim de proporcionar um futuro viável às próximas gerações e à biodiversidade do planeta? Se estivermos dispostos a tanto, as novas tecnologias e os novos hábitos talvez consigam nos oferecer uma saída. Entretanto isso só vai acontecer se agirmos com rapidez e decisão - e com uma maturidade que raramente demonstramos enquanto sociedade ou espécie. Esse vai ser o nosso grande rito de passagem durante o qual não teremos nenhuma certeza de ou garantia de êxito. É apenas uma janela de oportunidade que ainda está aberta, por pouco tempo, mas ainda suficiente para deixar passar um raio de esperança."

O que mais entristece nesta história não é a possibilidade da minha morte ou a dos meus descendentes, mas o desperdício do legado da humanidade. O registro da incrível habilidade e diversidade criativa da nossa espécie não devia ficar de herança somente para os arqueólogos do futuro.

18.12.07

O fim do mundo (pela via nuclear)


Certa vez um ilustrador americano das antigas contou-nos a paranóia que era viver nos EUA sob o pânico da ameaça nuclear russa na década de 50.

Nas escolas, as crianças eram submetidas semanalmente aos "nuclear evacuation drills", ou seja, ensaios de evacuação do prédio em caso de catástrofe nuclear. Ocasionalmente fazia-se também o "ensaio de entrada no bunker atômico", um cubículo que era pouco mais que uma pequena piscina subterrânea com paredes de concreto e chumbo, um teto ligeiramente arqueado para cima, com umas escotilhazinhas redondas e estreitas. Coisa para habitar o mundo dos pesadelos daquela molecada (e o menino Marshall ali incluído).

E os filmes? Mostravam testes atômicos, flashes que cegavam momentaneamente as platéias nos cinemas com imagens recentes do grande cogumelo de isótopos a abrir seu túnel nas nuvens mais altas da atmosfera. Cortes cinematográficos para casas, árvores e postes sendo rasgados por ventos de fogo e metal; som altíssimo com ruídos interrompidos apenas pela voz alarmante do locutor.

Havia também o Sputnik que, atrevido, enviava "bips" do espaço acima das cabeças dos americanos. O pequeno satélite russo era a própria materialização dos fantasmas que rondavam aquela época quando o fim do mundo estava tão próximo. E lá se vão 50 anos.

A imagem deste post é parte do ensaio gráfico "Heaven Departed," de Marshall Arisman, onde o artista descreve por imagens o impacto emocional e espiritual da guerra nuclear sobre a sociedade humana.

7.12.07

Cropar, ja entrou no Aurélio esta palavra?

Muitas vezes um "crop" de uma ilustração em formato página inteira se torna uma melhor ilustração de página dupla. Esta abaixo entra na capa, e o detalhe, na dupla.

6.12.07

Esses tipinhos que vemos por ai

A idéia não é original. O próprio Angeli faz algo parecido há tempos, só que mais sucinto e mais genial, claro.
Como prolixo inveterado, resolvi criar historietas para estas pessoinhas que desenho enquanto falo ao telefone. Já são 118 destes humanozinhos mediocremente reais.
Qualquer semelhança com pessoas conhecidas pode não ser coincidência.

5.12.07

O dia em que enterrei meu cão

Já contei esta história aqui ? Acho que não.
Aliás, vou fazer melhor, vou deixar só o desenho.